Uma breve apresentação.

Olá, estimados leitores! É com um imenso prazer e gratidão que venho lhes escrever. Manterei minha identidade preservada, acho que no anonimato poderei me expressar melhor e ainda evitarei magoar muito àqueles que eu amo. Chame-me apenas VENCEDOR. Mesmo entendo pouco sobre sites, blogs e tudo isso mais resolvi fazer meu Blog. Achei que era necessário contar ao mundo algumas de minhas experiências. Claro que quase todas essas experiências as quais me refiro me causam ainda muita vergonha e arrependimento. Mas me sinto cada vez melhor, à medida que o tempo se vai. Então por que escrever? Para alertar ao mundo sobre as conseqüências de nossos atos. Para que vocês pais cuidem de seus filhos. Não estou dizendo dar dinheiro, carro, boas roupas, mordomias, etc. Pais, cuidem da formação moral de seus filhos! Simplesmente pelo fato de vocês terem as melhores intenções, não implica que os resultados destas boas intenções serão os melhores. Cuide de todos que você ama para que não caiam no mesmo mundo escuro e sombrio no qual eu “entrei”. Sou um ex-viciado em CRACK. Consumi a droga diariamente por quase três anos. Com toda a certeza foram os piores da minha vida. Hoje (23/06/2009) estou “limpo” há nove dias. Sei que é um tempo muito curto, mas afirmo que tenho me sentido maravilhosamente bem nesses ultimos dias. Como já não me sentia ha 3 anos. Por isso comecei a escrever. Espero aqui, pode ajudar a todos que queiram ajuda, poder dar uma esperança e um exemplo de como podemos superar nossos maiores problemas. Só depende de nós! Muito cuidado com o primeiro gole, com o primeiro trago, com o primeiro baseadinho. Se você tiver algo mais pra tomar cuidado é porque já não se cuidou o suficiente. Mas pra tudo há uma saída depende apenas de nós. Decida viver!

01 julho 2009

Crack - O perfil do novo usuário.

Perfil do usuário mudou: agora eles têm profissão e escolaridade e poder aquisitivo mais altos. Internação custa até R$ 14 mil

J.A., 26, está há três meses se tratando em uma clínica para dependentes químicos em Belo Horizonte. Viciado em crack, o "lixo da cocaína", o estudante de medicina, de classe média alta, viu sua vida ser destruída. Parou os estudos e abriu mão de todos os seus bens para poder comprar a droga, de efeito devastador. Foi levado à força para o tratamento pelos pais, que já não agüentavam mais sofrer com os efeitos do vício sobre a vida do filho.

Ele é apenas um dos vários que lotam as instituições especializadas em tratamento de dependência química da capital mineira. O crack - antes usado quase exclusivamente por pessoas pobres, mendigos e meninos de rua - agora se alastra para classes com poder aquisitivo maior e vitimiza jovens e adultos. Prova disso é que, nos consultórios particulares, onde os tratamentos custam de R$ 6.000 a R$ 14 mil, a maioria dos pacientes já é formada por viciados do crack.

No Centro Terapêutico Viva, no bairro Santa Efigênia, onde o tratamento de quatro meses custa R$ 14 mil, 99% dos pacientes são usuários de crack, isoladamente ou associado a outras drogas. De acordo com a diretora terapêutica da empresa, Cláudia de Oliveira Soares, há dez anos, os usuários dessa droga representavam menos de 50% do total de pacientes. "A grande maioria é adulto com até 50 anos, pessoas que conseguiram alcançar uma condição profissional e social elevada e que cursaram faculdades. Pessoas que perdem tudo porque os efeitos da abstinência do crack são muito intensos", relatou.

Na instituição Fazenda Renascer, cada mês de permanência significa um gasto de R$ 1.000. Em 1998, os dependentes de crack representavam entre 5% e 10% do total de pacientes. Hoje, já somam 70%. "Além dos usuários serem mais ricos, outro fenômeno novo é que começam a usar droga cada vez mais cedo, aos 12 ou 13 anos. Da maconha, passam rapidamente para a cocaína e, quando ela não faz mais efeito, mudam para o crack", explicou a psicóloga responsável pela triagem na clínica, Mônica Diniz Labruna.

A mesma tendência se repete em clínicas como a Comunidade Resgate, onde em quatro anos o percentual de pessoas atendidas com a síndrome de abstinência por causa do crack passou de 70% para 90%. "Percebemos que esse aumento foi justamente entre empresários ou pessoas com grau de escolaridade maior", afirmou a coordenadora Maria Celuta Moraes. Em clínicas como Central Psíquica, no Anchieta, Centro Psicoterápico, no Mangabeiras, e na Clínica Mourão, no Vale do Sereno, todas na região Centro-Sul da capital, o aumento de tratamento de dependentes de crack também foi significativo, principalmente nos últimos quatro anos.

A professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Tatiana Mourão, afirma que a principal mudança é que o crack, antes restrito a partes isoladas nos centros degradados das cidades (espaços conhecidos como "cracolândias"), agora, é experimentado por pessoas que têm uma atividade social. "A proporção de uso em relação ao crack se inverteu e hoje vemos dependentes de crack com perfil que nunca imaginaríamos".

Saúde pública. Na rede pública de saúde, o crescimento da procura por tratamento de crack também cresceu. No Centro Mineiro de Toxicomania, em 1997, 20,61% dos pacientes consumiam a droga. No ano passado, este percentual passou para 37,12%, índice recorde.

Pais. Mais doloroso para os pais do que saber que o filho é usuário de crack é a hora de decidir interná-lo. A afirmação é da psicóloga Cláudia de Oliveira Soares. Ela acredita que, geralmente, as famílias de classe média e alta só percebem que o filho é dependente químico quando a situação já é grave.

"Muitas vezes, os pais substituem o carinho e o afeto, a participação na vida do filho, por bens materiais e depois ficam com sentimento de culpa, que prejudica o tratamento", afirmou. De acordo com Cláudia, as famílias precisam entender a dependência como uma doença que precisa de tratamento. "Assim existe uma chance dessa família ter condições de vida melhores", disse.

FONTE: Jornal O Tempo, Belo Horizonte - Edição de 29Dez08

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