Uma breve apresentação.

Olá, estimados leitores! É com um imenso prazer e gratidão que venho lhes escrever. Manterei minha identidade preservada, acho que no anonimato poderei me expressar melhor e ainda evitarei magoar muito àqueles que eu amo. Chame-me apenas VENCEDOR. Mesmo entendo pouco sobre sites, blogs e tudo isso mais resolvi fazer meu Blog. Achei que era necessário contar ao mundo algumas de minhas experiências. Claro que quase todas essas experiências as quais me refiro me causam ainda muita vergonha e arrependimento. Mas me sinto cada vez melhor, à medida que o tempo se vai. Então por que escrever? Para alertar ao mundo sobre as conseqüências de nossos atos. Para que vocês pais cuidem de seus filhos. Não estou dizendo dar dinheiro, carro, boas roupas, mordomias, etc. Pais, cuidem da formação moral de seus filhos! Simplesmente pelo fato de vocês terem as melhores intenções, não implica que os resultados destas boas intenções serão os melhores. Cuide de todos que você ama para que não caiam no mesmo mundo escuro e sombrio no qual eu “entrei”. Sou um ex-viciado em CRACK. Consumi a droga diariamente por quase três anos. Com toda a certeza foram os piores da minha vida. Hoje (23/06/2009) estou “limpo” há nove dias. Sei que é um tempo muito curto, mas afirmo que tenho me sentido maravilhosamente bem nesses ultimos dias. Como já não me sentia ha 3 anos. Por isso comecei a escrever. Espero aqui, pode ajudar a todos que queiram ajuda, poder dar uma esperança e um exemplo de como podemos superar nossos maiores problemas. Só depende de nós! Muito cuidado com o primeiro gole, com o primeiro trago, com o primeiro baseadinho. Se você tiver algo mais pra tomar cuidado é porque já não se cuidou o suficiente. Mas pra tudo há uma saída depende apenas de nós. Decida viver!

30 junho 2009

Brasília - Crack ganha espaço e seduz classe média


Marco Antonio Soalheiro*

Repórter da Agência Brasil

Brasília - Por muito tempo, a imagem do crack esteve associada a moradores de rua e usuários de baixa renda. Mas há indícios de que o consumo da droga ganha espaço progressivamente nas classes de renda maior. Em clínicas e grupos terapêuticos de Brasília, representantes da classe média que se renderam ao crack não são mais raridade.

Famílias de áreas nobres da cidade experimentam os trágicos efeitos da droga. Carla, 30 anos, mora com a tia em uma área central de Brasília e começou a usar droga aos 12 anos Aos 28, veio a experiência com o crack: ela fugiu de uma clínica em São Paulo e comprou 20 pedras na cidade de Suzano.

Com dois filhos, um de 11 anos e outro de 8, Carla tenta hoje se recuperar do vício: “O crack está na classe média e tem muita mulher usando. Está começando mais cedo. Hoje você encontra meninas de 14, 15 anos, já no fundo do poço", conta Carla. "Há três anos, Brasília estava começando a abrir para o crack. Você ia na boca e não encontrava pedra."

"Brasília está virando uma segunda São Paulo. Você encontra droga em qualquer esquina. Nunca vi aqui em Brasília tanto crack como agora em 2009", observa o ex-usuário Maurício, 31 anos.

Para saciar o desejo de consumir crack, Carla caiu na criminalidade. "Você começa a fazer coisas que fogem de todos os princípios. Não cheguei a me prostituir, mas cheguei a roubar. Eu trabalhava mas meu dinheiro não dava."

Jéssica, 22 anos, moradora de uma área central de Brasília, experimentou o crack por influência de uma amiga. "O consumo de crack está crescendo em Brasília. Antes não se ouvia falar de crack. Os traficantes da 109 sul [quadra comercial e residencial da cidade] vendiam só maconha, cocaína e, às vezes, merla. Agora vendem e usam crack.”


Após seis internações, Jéssica se diz disposta a reescrever sua história. Ela tem consciência de que as perdas não foram poucas com a experiência. "Deixei de estudar, de me formar, perdi um emprego no Ministério da Agricultura, bati carro várias vezes. O efeito [do crack] dura menos, e a fissura é maior. Acaba de fumar, dá uns dois minutos, e você fica desesperado querendo mais. Me envolvia com assaltante, traficante, prostituta."


GP, 33 anos, é ex-usuário de drogas e tem origem numa família rica. Ele estima ter gasto mais de R$ 300 mil por causa do vício, especialmente após passar a consumir crack. Perdeu carro, foi roubado e garante que o crack não é mais droga de pobre. "Hoje estou vendo playboy chegar de BMW para comprar pedra e depois terminar na rua doidão. Já vi gente vender até a porta de casa."

Dados policiais confirmam que o crack avança no Distrito Federal em substituição à merla. Somente no ano passado, a Polícia Civil apreendeu mais de 4 quilos de crack, suficientes para mais de 10 mil porções de consumo.

"O crack é mais fácil de portar. São pequenas pedras comercializadas. A merla é colocada em latas, é difícil para esconder. Em uma caixa de fósforos, é possível guardar cerca de 50 porções de crack. A merla é volátil, em poucos dias dissolve, enquanto o crack dura vários dias em condição de ser consumido", explica o chefe da Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil do Distrito Federal, delegado João Emílio de Oliveira.

Além de o crack ser uma droga mais agressiva na geração de dependência, a Polícia Civil do DF acredita que a ausência de punições rígidas para usuários faz o consumo crescer entre a classe média. "A lei tornou-se muito branda em relação ao usuário e ele está pouco ligando quando é preso portando droga para consumo pessoal. Ele vem à delegacia, passa aqui meia hora, assina um termo de comparecimento ao Juizado Especial, mas não liga", afirma Oliveira.

Moradora da Vila Planalto (próximo ao Palácio do Planalto), Márcia, 58 anos, mãe de um usuário de crack em tratamento, sentiu em casa a transformação do filho. "Ele era um cara limpo, arrumado, mas passou a ser um cara que não se importava com nada. Parecia sempre deprimido. Cheque, bolsa e dinheiro não podia deixar em qualquer lugar. Eles vasculham tudo numa rapidez que ninguém entende."

* Todos os nomes de usuários de crack, ex-usuários, jovens e crianças desta reportagem especial são fictícios // Colaborou Daniella Jinkings

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